O PTC é definido como uma deformidade caracterizada por mau alinhamento complexo do pé que envolve partes moles e ósseas. Além disso, no PTC, os músculos da panturrilha são menores, o tamanho do pé, como um todo, e dos ossos, individualmente, também é menor.
Desta forma, o músculo tríceps sural (panturrilha) encontra-se invariavelmente contraturado e encurtado.
Ocorre em 1 para cada 1.000 nascidos vivos, predomina no sexo masculino, na proporção de 2:1, e tem acometimento bilateral em 50% dos casos.
O tratamento deve começar na primeira ou segunda semana de vida para aproveitar a elasticidade favorável dos tecidos que formam os ligamentos, cápsulas articulares e tendões
ETIOLOGIA
Com causa ainda desconhecida, foram propostas várias teorias para explicar a origem do PTC, entre as quais: posição intrauterina do feto, compressão mecânica ou aumento da pressão hidráulica intra-uterinas; parada no desenvolvimento fetal; infecções virais; deficiências vasculares, alterações musculares; alterações neurológicas; defeito no desenvolvimento das estruturas ósseas e defeitos genéticos.
QUADRO CLÍNICO
- Deformidade indolor (composta por cavo, aduto, varo e equino do pé). Vide imagem abaixo:
TRATAMENTO
O método de Ponseti
O Dr Ignácio Ponseti, médico ortopedista, desenvolveu e aprimorou método próprio de tratamento, na década de 40, após observar os maus resultados obtidos com tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos. Estabeleceu detalhes sobre as manobras de manipulação, confecção do gesso e avaliação da necessidade de alongamento percutâneo do tendão calcâneo, geralmente necessário.
O método de Ponseti consiste basicamente em manipulações do pé e trocas gessadas semanais e, se necessário secção percutânea do tendão calcâneo. Após a fase de trocas gessadas o uso de órtese de abdução tornou-se o método de eleição para o tratamento do PTC idiopático.
Após a tenotomia para correção do equinismo o paciente é mantido com o gesso cerca de 3 semanas e após a retirada do gesso é colocada numa órtese de abdução (Denis-Browne ou de dupla-abdução conforme recomendado pelo Dr. Ponseti). O protocolo de uso da órtese é explicado em consultório.
Menos de 5% das crianças nascidas com pé torto têm pés rígidos, encurtados e graves que não cedem ao alongamento. Nesses casos as crianças precisam de correção cirúrgica.
Em alguns casos, recidivas por exemplo, são necessários procedimentos cirúrgicos para correção da deformidade.
ORIENTAÇÕES
Estratégias de prevenção de recidivas, com base na idade da criança e na cooperação dos pais são traçadas em conjunto com o ortopedista pediátrico.